Descubra As Melhores Praias Perto De Barcelona Guia Completo
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Descubra As Melhores Praias Perto De Barcelona Guia Completo

Há um momento em que o calor catalão encontra o Mediterrâneo e convida qualquer viajante a desacelerar: quando o trem costeia a linha R1 e, pela janela, surgem faixas de areia dourada intercaladas por vilas marítimas com persianas azuis. É essa imagem — tão próxima de Barcelona quanto um café na Plaça Catalunya — que dá o tom deste guia. Ao redor da capital catalã existem dezenas de praias acessíveis, variadas e surpreendentes, perfeitas para bate-voltas, escapadas econômicas e até bases de trabalho para nômades digitais.

Este guia foi pensado para mochileiros e viajantes independentes que querem otimizar tempo e orçamento sem perder vivências autênticas. Aqui há rotas detalhadas de trem e ônibus, preços típicos de aluguel de cadeiras e guarda-sóis, exemplos de lugares para comer à beira-mar sem inflacionar o bolso e sugestões de hostels e hotéis pé-na-areia. Em cada praia, um punhado de dicas práticas: onde há chuveiros, quando o sol se põe, quais trechos são bons para snorkeling e onde a areia é mais fina para estender a canga.

Entre a modernista Barcelona e a selvagem Costa Brava, passando pela ensolarada Costa Daurada, o mosaico de praias inclui cantinhos nudistas, enseadas de água cristalina protegidas por pinheiros, quilometragens perfeitas para correr e praias urbanas com estrutura completa. Cada perfil de viajante se encontra em uma dessas faixas de areia, e este texto se propõe a ser uma bússola precisa para decidir qual costa pegar e quando.

Vale a pena ler este guia porque foi construído com olho no detalhe: tempos de deslocamento realistas, valores de 2024-2025 como referência, endereços de restaurantes e hostels testados por viajantes, e dicas de economia para quem leva a vida com a mochila nas costas. O objetivo é transformar a costa catalã em terreno familiar, seja para um mergulho de fim de tarde depois do expediente, seja para um roteiro de três dias explorando enseadas que parecem ter sido desenhadas à mão.

Panorama das praias perto de Barcelona

Barcelona é uma capital de praia, mas a magia costuma começar quando se cruza o limite urbano. Ao norte, a linha R1 da Rodalies segue o litoral do Maresme até a Costa Brava Sul, conectando em menos de uma hora praias como Ocata (El Masnou), Sant Pol de Mar, Calella e Blanes. Ao sul, a R2S alcança Sitges e Vilanova i la Geltrú em um pulinho, enquanto a Costa Daurada, com águas mais cálidas e extensas faixas de areia, aparece após Tarragona e Altafulla. Essa proximidade transforma bate-voltas em rotina: basta sair cedo, levar uma fruta, usar um bilhete integrado e voltar no pôr do sol com a pele salgada e a cabeça leve.

Historicamente, o litoral catalão se desenvolveu entre portos de pescadores e marinas com forte tradição náutica. Em El Masnou, o portinho hoje abriga escolas de vela; em Tossa de Mar, a muralha medieval cai praticamente no mar; em Sitges, o modernismo deixou casarões à beira do Passeig de la Ribera. Essa combinação de patrimônio, trilhas costeiras como o GR-92 e um mar que tende a ser calmo na maior parte do ano oferece variedade rara numa mesma base urbana.

Curiosidades não faltam: a Barceloneta, com quiosques e ciclovia, foi “reconstruída” para os Jogos Olímpicos de 1992; a praia de Balmins, em Sitges, é conhecida pela convivência entre trechos de nudismo e famílias; e a Cala Sa Boadella, em Lloret, é um pequeno segredo cercado por pinheiros, acessível por um curto trecho do Camí de Ronda. Saber dessas histórias ajuda a escolher, mas também a viajar com mais conexão com o lugar.

Da Barceloneta à Costa Brava: um fio histórico

O boom olímpico de 1992 reconfigurou o litoral de Barcelona, abrindo a cidade para o mar e criando praias urbanas como Nova Icària e Bogatell, hoje muito usadas por nômades digitais que dividem o dia entre o coworking e um mergulho no entardecer. Já a poucas estações de trem dali, antigos povoados de pescadores como Badalona, Montgat e El Masnou mantiveram um ritmo mais local, com chiringuitos simples e passeios marítimos que parecem feitos para caminhadas sem hora. Mais ao norte, a transição para a Costa Brava traz enseadas rochosas e água verde-esmeralda, um convite ao snorkeling e a remadas de caiaque.

Ao sul, a influência de Sitges e da Costa Daurada entrega praias largas, com areia mais fofa e águas geralmente mais quentes no verão, ideais para famílias e para quem quer espaço de sobra. A conexão ferroviária que costura tudo isso é um legado ferroviário do século XIX, quando se buscava encurtar distâncias entre Barcelona e portos como Mataró, primeiro destino ferroviário da península. Para o mochileiro atual, isso significa uma malha eficiente e barata, com trens saindo de Sants, Passeig de Gràcia e Estació de França praticamente a cada 15-20 minutos em horários de pico de verão.

Tipos de praia e perfis de viajantes

Quem procura praias urbanas com infraestrutura encontra em Nova Icària e Bogatell quiosques com wi-fi, aluguel de guarda-sol (em média 10-15€ por dia) e banheiros públicos. Já viajantes que buscam cenário fotogênico e água transparente podem mirar Ocata (areia clara e mar calmo), Sant Pol de Mar (vilarejo branco com praia de cascalho fino) e Tossa de Mar (cala escondida emoldurada por muralhas). Kitesurfistas e praticantes de SUP têm em Castelldefels e Badalona um playground de vento e espaço, com escolas que alugam equipamento por hora.

Para nômades digitais, Sitges é um best-of: 35-40 minutos de trem, cafés com boas mesas para trabalhar e coworkings como o La Base (Carrer de Sant Josep, 14, 08870 Sitges). Quem viaja com orçamento apertado pode focar em Montgat e El Masnou, onde os chiringuitos são mais em conta, e levar lanches de mercados como Mercadona e Lidl. E, para quem quer misturar trilha e mar, os trechos do Camí de Ronda entre Lloret e Tossa oferecem pequenas praias acessíveis a pé, com visuais de cartão-postal e cantinhos para estender a toalha sem multidão.

Informações práticas essenciais

Chegar às melhores praias perto de Barcelona é uma questão de escolher a linha certa. A Rodalies (Renfe) conecta o centro a praticamente todo o litoral próximo: a R1 segue pela costa ao norte (Badalona, Montgat, El Masnou, Mataró, Calella, Blanes); a R2S (sul) leva a Castelldefels, Sitges e Vilanova; e ônibus interurbanos completam o trajeto até enseadas da Costa Brava, como Lloret e Tossa de Mar, partindo da Estació del Nord (Carrer d’Alí Bei, 80). Para quem prefere dirigir, a C-31 e a C-32 são as principais vias costeiras, com pedágios na C-32 em alguns trechos, mas estacionar em agosto pode ser um desafio nos vilarejos mais concorridos.

Sobre a melhor época, maio, junho e setembro costumam entregar temperaturas agradáveis, mar convidativo e menos multidão. Julho e agosto são quentes e animados, com mais eventos e quiosques abertos, mas filas e preços sobem. No inverno, muitos chiringuitos fecham, e os chuveiros públicos às vezes são desligados por restrições de água — algo que tem acontecido em anos de seca na Catalunha —, porém o sol de inverno oferece dias lindos para caminhadas nos passeios marítimos e para explorar trilhas do GR-92 com roupa leve de trekking.

Quanto tempo ficar? Para bate-volta, reserve um dia inteiro para Costa Brava Sul (Blanes, Lloret, Tossa) e uma tarde prolongada para Maresme (Ocata, Montgat) ou Sitges. Para um roteiro mais completo, 3 dias permitem combinar praias urbanas, um dia de trilha costeira e um pôr do sol em Sitges. Nômades digitais que buscam base temporária costumam eleger Sitges ou Castelldefels por 1-2 semanas, alternando praia com cafés e coworkings e aproveitando a mobilidade para ir a Barcelona quando necessário.

Como chegar e custos de transporte

Os trens da Rodalies partem de Sants, Passeig de Gràcia e Estació de França. As rotas mais úteis incluem a R1 (norte) e a R2S (sul), com frequências de 10-30 minutos. O sistema tarifário integrado permite usar bilhetes como T-Casual (10 viagens) e T-Usual (mensal), válidos em metrô, ônibus e Rodalies dentro das zonas. Em 2024-2025, como referência, a T-Casual 1 zona custa em torno de 12-13€, e a 2 zonas ronda 23-25€; um bilhete simples para Sitges pela R2S fica geralmente entre 4,60€ e 5,20€; para Blanes pela R1, entre 7€ e 8,50€, a depender do ponto de partida. Sempre confira valores atualizados em rodalies.gencat.cat e tmb.cat.

  • Barcelona (Passeig de Gràcia) → Ocata (El Masnou), R1: 25-30 min; bilhete simples na faixa de 2,80€-3,50€; a estação “El Masnou” fica a 200 m da areia.
  • Barcelona (Sants) → Sitges, R2S: 35-40 min; bilhete 4,60€-5,20€; descer em “Sitges” e caminhar 10-12 min até a Platja de la Ribera.
  • Barcelona (Clot-Aragó) → Blanes, R1: 1h20-1h30; 7€-8,50€; de Blanes, ônibus para Lloret (15-25 min, ~3€-4€) ou Tossa (45-60 min, ~4€-6€).
  • Estació del Nord → Tossa de Mar (Sagalés): 1h25-1h40; 14€-16€ por trecho; ideal para quem quer ir direto a calas sem baldeações.

Dica de ouro: para quem vai fazer 2-3 bate-voltas na semana, a T-Usual (30 dias, viagens ilimitadas na zona escolhida) pode sair mais barata que comprar trechos avulsos. Verifique promoções e descontos ativos no mês da viagem.

Quando ir, quanto tempo ficar e o que levar

O mar começa a ficar confortável para banhos entre fim de maio e início de junho, com temperaturas subindo para 21-24°C em julho e agosto. Em setembro, a água segue agradável, e as praias mais vazias. Quem gosta de mar liso deve mirar manhãs com pouco vento; em tardes de agosto, o “garbí” pode levantar ondas leves. Planeje chegar cedo em agosto para garantir espaço e sombra natural nas calas da Costa Brava. Em dias de bandeira amarela, banhos com cautela; bandeira vermelha, sem entrar no mar.

  • Checklist prático: protetor solar FPS 50+, chapéu, garrafa reutilizável (há fontes públicas nos passeios), toalha de secagem rápida, camiseta UV para longos dias no mar.
  • Para snorkeling: máscara e tubo próprios (5€-10€ em lojas Decathlon), sapatos aquáticos para pedras nas calas.
  • Para nômades: power bank, capa estanque para celular, e um dry bag pequeno (15€-25€) para manter documentos seguros na água.
  • Dinheiro: muitos chiringuitos aceitam cartão, mas leve 10€-20€ em espécie para guarda-sol (10-15€) e cadeiras (7-10€ cada).

Experiências imperdíveis e as melhores praias perto de Barcelona

Escolher “a melhor praia” perto de Barcelona é subjetivo, mas algumas combinam acesso fácil, beleza e bons preços de forma quase imbatível. A seguir, um mapa experiencial: onde nadar longo, onde praticar SUP, em quais chiringuitos comer melhor e aonde olhar o pôr do sol sem multidões. O foco é em destinos que um viajante independente consegue alcançar e aproveitar com autonomia.

Em cada praia, aparecem sugestões de onde comer e onde ficar, com endereços e valores de referência. As faixas de preço ajudam a planejar: um almoço em chiringuito simples costuma custar 12€-18€ por pessoa (bocadillos, saladas, uma cerveja), enquanto restaurantes de paella à beira-mar ficam entre 20€-35€ por pessoa. Hospedagens variam muito conforme a temporada: em julho-agosto, reserve com antecedência.

Sitges – Sant Sebastià e Balmins: charme e água clara

Sentada a 35 minutos de trem pela R2S, Sitges combina praias bem cuidadas e uma cena gastronômica vibrante. A Platja de Sant Sebastià, próxima à Igreja de Sant Bartomeu i Santa Tecla, é pequena, com mar relativamente calmo e famílias locais. Ao lado, Balmins tem trechos de nudismo e uma baía protegida, ótima para nadar cedo. Caminhar pelo Passeig de la Ribera até o final do dia rende um pôr do sol dourado com a silhueta da igreja recortada.

Para comer, o clássico El Cable (Carrer Barcelona, 1, 08870) serve tapas honestas por 2€-4€ a unidade e canhas geladas; o Chiringuito de Sitges (Passeig de la Ribera, s/n) é histórico, bom para paella (20€-28€ p.p.) e peixes grelhados. Quem busca algo moderno pode apostar na La Zorra (Passeig de la Ribera, 31), conhecida pelas arrozes. Para dormir, o Utopia Beach House (Carrer Socias, 22) tem quartos compartilhados a partir de 25€-35€ e um jardim agradável; o Hotel Subur (Passeig de la Ribera, 52) fica praticamente na areia, com diárias desde 90€-140€ na alta.

Castelldefels – espaço, vento e esporte

Ao sul de Barcelona, a praia de Castelldefels é um tapete de areia com 5 km e mar amplo, perfeita para corrida, kitesurf e SUP. A R2S leva até a estação “Castelldefels” (troque para ônibus L95 ou caminhe 20-25 min até o mar) ou desça em “Platja de Castelldefels” quando operando. Ventos de tarde atraem praticantes de kite, e escolas locais alugam equipamentos: SUP por 12€-18€/h e caiaque por 15€-20€/h, valores de referência.

Para comer, os chiringuitos ao longo do Passeig Marítim têm bom custo-benefício: Tiburón (Pg. Marítim, 168, 08860) com burgers e saladas por 12€-16€; Kauai (Pg. Marítim, 190-192) com peixes e coquetéis; e Ananda (Pg. Marítim, 181) com pratos do dia a 12€-15€. Hospedagem pé-na-areia inclui o Hotel Playafels (Carrer de la Plata, 10), com piscina e acesso direto à praia; os Apartamentos Marfina (Pg. Marítim, s/n) são opção prática para estadias de uma semana.

Ocata (El Masnou) – areia clara, vibe local

A apenas 25-30 minutos de trem R1, Ocata é querida por locais: areia clara, mar geralmente calmo de manhã e um clima mais autêntico. Desça em “Ocata” ou “El Masnou” e caminhe menos de 5 minutos até a praia. O trecho central tem chuveiros (podem desligar em períodos de seca), e a água costuma estar limpa. Para quem quer algo fotogênico, caminhar ao norte rende trechos vazios mesmo em agosto.

Na comida, o El Nàutic (Port Esportiu El Masnou, Local 39, 08320) serve menú del día por 15€-20€; no verão, chiringuitos simples vendem bocadillos por 6€-8€ e cerveja a 3€-4€. Para dormir, o Hotel Llar de Capitans (Passeig Prat de la Riba, 48, 08320 El Masnou) tem charme marítimo e quartos a partir de 75€-110€; mochileiros costumam se basear em Barcelona e ir e voltar no mesmo dia, já que o último trem retorna até tarde.

Badalona e Montgat – praias boas e baratas

Badalona, coladinha a Barcelona pela R1, oferece quilometragem de areia, passarelas de madeira e o icônico Pont del Petroli. A L’Estupendu (C/ President Adolfo Suárez, s/n, 08912) é um chiringuito com pratos do mar por 14€-22€ e vista linda. Montgat, uma estação à frente, tem água clara em dias calmos e menos gente: perfeito para quem precisa de um mergulho rápido entre compromissos. Em ambas, o custo é menor do que nas praias urbanas centrais, e dá para fazer picnic comprando no Mercadona (Carrer del Mar, 115, Badalona).

Hospedagem prática em Badalona inclui o Rafaelhoteles Badalona (Avenida de Navarra, 6-8) com diárias desde 80€-120€; para mochileiros, hostels em Poblenou/Clot em Barcelona funcionam como base barata e permitem chegar a Badalona em 10-12 minutos de trem. Quem gosta de pedal pode vir pela ciclovia costeira, alugando bicicleta por 12€-20€/dia em lojas como a Barceloneta Bikes (Passeig de Joan de Borbó, 44).

Costa Brava Sul – Lloret, Blanes e Tossa: calas e trilhas

Quando a palavra “cala” entra no vocabulário, a Costa Brava Sul vira prioridade. De trem R1 até Blanes e ônibus local para Lloret ou Tossa, já se abrem enseadas como Sa Boadella (Lloret) — areia grossinha, água cristalina e pinheiros bem próximos — e Cala Sant Francesc (Blanes), pequena e protegida, ideal para snorkeling leve. Em Tossa de Mar, a Platja Gran, aos pés da muralha, é cartão-postal, mas as trilhas do Camí de Ronda levam a cantinhos como Cala Bona e Cala Pola, perfeitos para quem topa caminhar 20-40 minutos por trilhas bem demarcadas.

Para comer em Tossa, La Lluna (Carrer del Portal, 22) serve tapas de qualidade por 4€-8€ e boas sangrias; Can Sophia (Carrer de la Roqueta, 10) é mais sofisticado, indicado para um jantar especial. Em Lloret, o Xiringuito Cala Sa Boadella opera na temporada com sanduíches e saladas (10€-15€). Hospedagem: Camping Cala Llevadó (GI-682, Km. 18.9, Tossa) oferece bungalows e spots com vista; em Tossa, o Hotel Delfín (Av. Costa Brava, 2) tem ótimo custo-benefício, com quartos desde 90€-150€ na alta.

Trilha + mar: um bate-volta perfeito é descer em Lloret, caminhar o Camí de Ronda até Sa Boadella e, à tarde, seguir de ônibus a Tossa para ver o pôr do sol na muralha. Traga água e calçado adequado; o trajeto tem subidas curtas e mirantes imperdíveis.

Altafulla e Tamarit – Costa Daurada doce e tranquila

Se a ideia é evitar pedras e mergulhos sobre rochas, a Costa Daurada tem praias largas e areia macia. Altafulla (Renfe linha R13/R14 + Rodalies/Regionals desde Barcelona-Sants, 1h10-1h30) é uma delícia para famílias e para quem quer nadar sem pressa. A vizinha Tamarit, sob um castelo fotogênico, rende fotos incríveis ao cair da tarde, com a água geralmente mais quente que na Costa Brava. Os quiosques aqui são mais relax e os preços, em geral, um pouco mais baixos que em Sitges.

Para comer, a Marisqueria Solocomo (Plaça dels Vents, 3, Altafulla) oferece menú del día a 15€-18€, enquanto em Tamarit há restaurantes na área do camping com pratos mediterrâneos por 12€-20€. Quem decide dormir pode mirar hotéis-boutique em Altafulla com diárias na casa dos 90€-130€ em alta, ou escolher Tarragona como base, combinando praia com ruínas romanas no dia seguinte.

Onde comer bem e barato: chiringuitos e bares testados

Para manter o orçamento em dia, selecionar bem os chiringuitos faz diferença. Em Barcelona, o Xiringuito Escribà (Av. del Litoral, 62, 08005) é famoso pelas paellas (22€-30€ p.p.); a poucos minutos da areia da Barceloneta, a Surf House Barcelona (C/ de l’Almirall Aixada, 22) tem bowls e wraps por 10€-14€. Em Badalona, L’Estupendu já citado é uma aposta confiante. Em Sitges, além de El Cable e Chiringuito de Sitges, vale o La Picara (Carrer de Sant Pere, 3) para tapas criativas.

  • Ocata/El Masnou: El Nàutic (Port Esportiu) com menú por 15€-20€; cafés locais na Carrer de Sant Miquel servem bocadillos por 4€-6€.
  • Castelldefels: Tiburón e Kauai na orla; procure “menú del día” entre 12€ e 16€ nos restaurantes de segunda a sexta.
  • Lloret/Tossa: chiringuitos sazonais nas calas têm cardápio curto; alternativa econômica é montar picnic com itens do Caprabo (Lloret) ou Consum (Tossa).

Onde ficar: hostels e hotéis pé-na-areia com bom custo-benefício

Para mochileiros, basear-se em Barcelona e fazer bate-voltas resolve 90% dos planos. Hostels como o Unite Hostel (Av. d’Icària, 145, 08005) em Poblenou colocam o mar a 10 minutos de caminhada, com camas a partir de 25€-40€; o Rodamon Port Vell (Carrer del General Castaños, 6) é confortável e central. Em Sitges, o Utopia Beach House é imbatível entre custo e vibe. Em Tossa, o Camping Cala Llevadó oferece contato intenso com a natureza e vista, além de opções de bungalow que dividem a conta entre amigos.

Quem procura um mid-range prático pode olhar o Hotel Subur (Sitges), o Playafels (Castelldefels) e o Hotel Llar de Capitans (El Masnou). Digital nomads que querem passar uma temporada no litoral muitas vezes firmam base em apartamentos de temporada pelo Passeig de la Ribera (Sitges) ou no Passeig Marítim de Castelldefels, com aluguel semanal variando entre 600€ e 1.200€ em média na alta, dependendo do tamanho e da proximidade da areia.

Dicas de economia, segurança e logística que fazem diferença

Praias catalãs são seguras, mas furtos oportunistas acontecem nas mais movimentadas. A regra de ouro: nunca deixe mochila visível enquanto estiver no mar; use um dry bag e leve apenas o essencial. Para quem chega e sai no mesmo dia, guardar a bagagem em consignas é prático: na Estação Sants (Plaça dels Països Catalans, s/n) há lockers oficiais a partir de 6€-10€ por 24h; serviços como Stasher e LuggageHero têm pontos perto da Plaça Catalunya e Arc de Triomf por 5€-7€/dia.

Economia vem de pequenas decisões: comprar snacks e água em supermercados (garrafa 1,5L por 0,40€-0,80€), aproveitar “menú del día” nos restaurantes (entrada + principal + bebida por 12€-16€ fora das áreas mais turísticas) e usar títulos de transporte integrados. Alugar guarda-sol pode ser dispensável se levar uma canga grande e procurar sombra natural nos pinheiros das calas — mas em praias abertas como Castelldefels, o aluguel (10€-15€) vale o conforto nas horas de sol forte.

Pro tip para trilhas: o GR-92 entre Sitges e Vilanova i la Geltrú tem trechos espetaculares sobre as falésias do Garraf. Saia de Sitges cedo, caminhe 2h-3h e desça em pequenas enseadas para um mergulho. Volte de trem a partir de “Vilanova i la Geltrú”.

Por fim, acompanhe o site do Ajuntament de cada cidade (ex.: ajuntamentdesitges.cat, elmasnou.cat) para status de chuveiros públicos e eventuais restrições por seca. Bandeiras de banho são levadas a sério: verde, mar tranquilo; amarela, atenção; vermelha, sem entrar. Em dias de medusas (meduses), sinalização costuma avisar, e um guarda-vidas orienta sobre áreas mais seguras.

Roteiros prontos: 1, 2 e 3 dias de mar

Para quem tem apenas um dia, a dobradinha Sitges é certeira: saída 9h de Sants, manhã em Sant Sebastià, almoço no El Cable e tarde em Balmins. Pôr do sol no Passeig de la Ribera e retorno no trem das 20h. Com dois dias, adicione Ocata no segundo dia: manhã com nado longo e leitura debaixo do guarda-sol, almoço no Nàutic e retorno no meio da tarde para uma cerveja no Poblenou.

Com três dias, vale investir em Costa Brava Sul: dia 1 em Lloret com trilha até Sa Boadella e picnic; dia 2 em Tossa com subida à Vila Vella e mergulho em Cala Bona; dia 3, volta por Blanes com uma passada em Cala Sant Francesc e almoço tardio no centro. Usando trem + ônibus, o orçamento fica sob controle e a experiência é completa sem alugar carro.

Conclusão: um litoral para chamar de quintal

O que torna as praias perto de Barcelona especiais para o viajante independente é a combinação rara entre acessibilidade, diversidade e aquele ar mediterrâneo de vida leve. Em meia hora, dá para estar em Montgat mergulhando antes de uma call; em pouco mais de uma hora, estar sobre um mirante de pinheiros em Tossa de Mar, olhando um azul que parece pintado. Essa plasticidade transforma a estadia em Barcelona: o mar deixa de ser um passeio e vira hábito.

Para quem lê este guia, a proposta é simples: escolha duas praias com perfis diferentes — uma urbana e outra de cala — e permita-se experimentar ritmos. Chegue cedo, prove um bocadillo de anchovas num chiringuito de bairro, caminhe sem pressa e mergulhe mais de uma vez. Com um bilhete de trem no bolso e uma garrafa d’água na mochila, a costa catalã se abre em capítulos.

Agora é com quem viaja: marque o mapa, salve os endereços, verifique os horários no rodalies.gencat.cat e vá. Na volta, conte qual foi a sua praia favorita e o que faria diferente. O Mediterrâneo, generoso em sol e histórias, estará por aqui — pronto para mais um capítulo sem rumo, mas com muito sal na pele.

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